A flechada do umbu e a puxada do cipó
- Ervison Wyrakitã
- 24 de jul. de 2020
- 2 min de leitura
Ao encontrar o primeiro umbu do ano, é realizada a flechada do umbu, festa tradicional desse povo comemorada no mês de dezembro, os praiá dançam na noite de sábado para no dia seguinte no domingo dar início a brincadeira festiva, onde no mesmo dia festeja-se também a puxada do cipó, uma das tradições desse povo.

Na manhã de domingo o pajé sai com moços para a mata, onde já antes reparava um cipó de uma planta trepadeira, conhecida pelos índios como rama de mucunã, a interação forte com a natureza leva aos sábios anciões pedir licença, fazendo testes para saber a firmeza do cipó, para que não se quebre durando a puxada, esse teste indica se o cipó está bom, para ser usado ou não; é sábio dessa forma; ao ser cortado, o cipó emite um som chiante passando a mensagem que está forte para ser usado, é feito um rito sagrado sigiloso nessa hora em respeito aos mestres encantados,’ pois a retirada desse cipó é considerada hora sagrada pela revelação que irá lhes mostrar durante a puxada do mesmo, a revelação que vem do nascente ou poente, na hora em que será puxado.

Na parte da tarde inicia o festejo com a dança dos praiá, e logo após segue com a flechada do umbu; coloca-se três ou mais umbu numa folha de mamona, que é pendurado como alvo para ser flechado, são os praiá quem flecham o umbu, depois do umbu ser flechado, seguem, para outro terreiro onde lá é iniciado a puxada do cipó, a brincadeira é observada da mesma maneira como o cabo de guerra, mas a corda que é puxada pelos praiá e parte dos indígenas da comunidade é o cipó, o que dar sentido para brincadeira é a indicação que se espera alcançar, se é o poente ou o nascente que irá ganhar, o nascer do sol a fartura a vida das plantas e da natureza, ou poente daquilo que não veremos e que esperamos alcançar de coisas durante todo o ano, logo após, a festa e encerrada com três toré dançado pelos praiá, e os índios, nos terreiros onde se iniciaram e findaram a festa que para os índios a puxada do cipó, foi a abertura para a festa do cansanção ou a festa do umbu; quase todas as festas tradicionais desse povo, as datas modificam-se, porém o mês permanece padrão, durante o calendário festivos dos Jiripankó.
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