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O menino que visitou o reino encantado



Eu ouvi da boca de um sábio índio uma história encantadora (...), ainda criança parei para escuta-lo pois sempre fui curioso e atento aos saberes indígenas, ouvi atentamente a narrativa oral em que narrava aquele senhor dizendo, um certo tempo um índio tinha um grande amor aos encantados e estando sua mulher grávida ele desejou profundamente entregar a criança a eles (...), pois admirava a magia e o saber dos guardiões da nação.

A mãe da criança deu a luz e era um menino, amamentou o pequeno e pôs o menino para dormir e foi descansar fora do local que estava a criança. Ao voltar para o local se deparou com uma situação inusitada, seu filho não estava no local aonde deixou, e entrou em desespero. Seu companheiro também se desesperou, mas logo veio a lembrança do que havia pensado sobre a dita entrega do pequeno. E disse eu já sei. Vou procurar o detentor do saber, certamente recorreu ao sábio pajé. Aonde os espíritos revelaram através do sábio de estarem com a criança em seu reino.

Agoniado o pai entrou em desespero e chorando pede que devolvam o menino, compadecendo do amor de mãe e da inocência dela em não saber da promessa, os guias pedem pra ele ir só a um local na mata para pegar a criança (...) e assim o fez. Chegando lá a criança estava no local indicado, e logo foi levado pra os braços da sua mãe. O pequeno adeduí se torna adulto com um vasto conhecimento sobre os saberes ocultos do seu povo. E foi um grande cuidador tradicional na aldeia.

Essa narrativa traz uma reflexão sobre os mistérios de um povo e a magia indígena, que se mantém firme a crença nos espíritos e nas forças ancestrais.


Wyrakitã TERÊ

Ervison ARAÚJO, 2022.

 
 
 

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