Eu brincava de praiá, mas eu era cantador.
- Ervison Wyrakitã
- 3 de jan. de 2022
- 2 min de leitura
Arakatí era um índio da tribo Jeripankó, e o seu nome significava sabedoria e proteção. Arakatí era uma criança que gostava muito de dançar o toré, entoar cantos do seu povo e fabricar artesanato. Muito observador via e acompanhava as tradições do seu povo de perto. Dançava o toré no terreiro, visitava o anjucá e reinava de ser pajé.
Aracatí juntava seus amigos e brincava coberto com um saco e na ilusão dizia ser um praiá a dançar no terreiro. Confeccionava os maracás de coco pequeno e entoava cantos para as crianças dançarem. Reiá reiôva, reiá reiôva. Era o som emitido para dar ritmo a dança dos pequenos guerreiros.
Nas reinações do pequeno guerreiro ele colocava as meninas para fazerem o almoço dos Praiá, e em pequenas panelas de barro o arroz era servido, com tacos de carne assada. As meninas as escondidas carregavam arroz farinha e carne e faziam um fogo a lenha e colocavam a comida no fogo.
Arakatí cantava para os meninos dançar, e chamava para a pareia as meninas que dançavam alegres imitando as mais velhas do seu povo, mas sempre atenta a comida que estavam a fazer e servir aos homens.

Depois o pequeno cantador puxava o toante e saia em direção a cozinha, era um pé de algaroba que fazia uma sombra boa, pegava os pratinhos de barros e saiam pra o poró, local feito pelas crianças embaixo de um pé de catingueira, bem reservado.
Depois de comerem voltam a dançar, com toré, dançam os pares com cantos entoados pelo menino arakatí. Passarinho tá cantando passarinho já cantou reia reianá, reiôvê (...) era o canto de toré mais preferido dele.
Passou muito tempo e arakatí cresceu e junto com ele cresceu os seus colegas, Arakatí foi cantador de terreiro e juntamente a seus colegas que dançam o Praiá e o toré nós terreiros da nação.
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