As reinações de Jandainha no palácio da mãe d´água e o toré Vamos brincar na areia.
- Ervison Wyrakitã
- 3 de jan. de 2022
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A quase moça Jandainha pertencia a tribo dos antigos Jeritacós índios guerreiros de mãe serra negra, e como toda criança ela era muito esperta e aventureira, gostava muito de andar na mata de tomar banho nos rios e visitar nascentes de água.
A mãe de Jandainha a Srª Jandira, era uma senhora muito sábia, e sempre aconselhava a menina a não ir as nascentes, porque seus ancestrais falam lá ter as mães d'água, que tem os cabelos grandes, que cantam e encantam pessoas e gostam de pegar crianças.
Numa outra narrativa da sábia senhora ela fala da beleza das moças d'água, que são bonitas e protegem as crianças.
Jandainha ao invés de temer o ensinamento de sua mãe para não ir a esses lugares ela alimentava um grande desejo de ver as mães d'águas, conhece-las e conversar com elas.
Certo dia ela saiu por volta de meio dia, juntamente a outras crianças, na sua faixa etária de dez anos a 11 de idade, Jandainha era muito linda tinha cabelos muito longos. Certo dia subia Jandainha a beira do rio moxotó e brincaram na água cantando cantos do seu povo, Jandainha percebeu que vinha uma resposta de longe no toré, “eu vi a sereia nas águas do mar”. A resposta era vão brincar na areia.
Outro dia ela voltara ao rio moxotó e viu uma pedra muito bonita, subiu encima da pedra que tinha formato de mesa e lá deitou – se e adormeceu. Jandainha entrou num sonho profundo, ela viu uma mulher muito linda sentada a seu lado, tinha cabelos longos pele morena e inalava cheiro de lírios e rosas, Jandainha perguntou seu nome e ela falou eu mim chamo rainha, você quer conhecer meus reinos? maravilhada jandainha responde logo querer, mais alerta a bela senhora rainha alerta; se você aceitar querer ir comigo eu levo, mas nossa viagem é perigosa. Jandainha aventureira não recusou, ela quis ir.

Então a senhora rainha levou ela a visitar as moradas do seu território, nadou com ela da pedra da mesa como chamou a linda pedra no formato de mesa até a fonte no pé da serra do licuri, no sol nascente mostrou maravilhas e Jandainha viu as sereias das aguas cristalinas, a rainha perguntou se ela queria ver as mães d'água e ela quis ver, saíram do palácio a outro este no sol poente, local sombrio e cheirando a lama pobre, e mostrou a Jandainha a senhora mãe d'água, Jandainha diz, mas só vejo uma Gia sem uma perna, e a rainha responde essa é a mãe d'água e esse reino ela comanda, vamos embora, vamos ao serrote do dragão ver a outa nascença, eu lhe mostro uma nascença que liga uma fonte a outra do nascente ao poente. Jandainha passou a ter medo dessa viagem, mas foi, e lá avistou maravilhas e ensinamentos, no fim a menina Jandainha foi atingida pela mãe d'água que pegou seu espirito e prendeu no seu reino (...) Jandainha ouvia gritos no sonho, era voz de sua mãe a menina escutava ela angustiada cantando o mesmo toré que ouvia no rio, que dizia “venha brincar na areia”. Jandainha voltou num grande susto e angustiada com medo do que tinha visto, mas com um conhecimento que nem todos da sua aldeia têm. A narrativa contada faz alusão as crenças indígenas, e quebrando um preconceito de lendas contadas e escritas por não indígenas. Para o povo Jeripankó a existência de seres protetores dos recursos naturais existe e nunca foi mito ou lendas.
Wyrakitã TERÊ
Ervison ARAÚJO, 2022.
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